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UFPE entrega título de Professor Emérito In Memoriam a Mariano Aragão, cujo nome também denomina agora o Campus do Agreste

As homenagens foram feitas em cerimônias realizadas ontem (3), em Caruaru, marcadas pela emoção dos amigos e familiares do homenageado

A UFPE realizou ontem (3) duas cerimônias de homenagem ao professor Mariano Aragão, o primeiro diretor do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru (período de 2006 a 2011): a sessão solene de outorga do título de Professor Emérito In Memoriam ao docente, falecido em abril de 2019, aos 64 anos; e o descerramento da placa de denominação do Campus do Agreste Professor Mariano Aragão; ambas sob a presidência do reitor Alfredo Gomes.

As duas cerimônias foram marcadas pela emoção, por parte dos ex-reitores Amaro Lins (2003-2007) e Anísio Brasileiro (2007-2019), amigos do homenageado; de diversos docentes que atuaram com Mariano Aragão, no CAA e no Campus Recife; além de docentes e técnicos da UFPE. A viúva do homenageado, Socorro Aragão, e os três filhos, Mariana, Leonardo e Rafael Aragão, netos, e outros familiares, também estiveram presentes e ficaram felizes com as homenagens prestadas pela comunidade universitária.

Fotos: Widma Sandrelly

Sessão solene ocorreu no auditório do Núcleo de Ciências da Vida

A mesa da sessão solene, realizada no auditório do Núcleo de Ciências da Vida (NCV), foi formada pelo reitor Alfredo Gomes; o vice-reitor Moacyr Araújo; os ex-reitores Amaro Lins e Anísio Brasileiro; o diretor do CAA, José Dilson Beserra Cavalcanti; o professor Nélio Vieira de Melo, que foi vice-diretor do CAA, na gestão de Mariano, e que fez o discurso panegírico (em homenagem); e pela filha de Mariano, Mariana Aragão, representando a família.

Em sua fala, o professor Nélio destacou os desafios enfrentados por Mariano Aragão desde o início da implantação do CAA, em 2006, quando as primeiras atividades foram realizadas no Polo Comercial de Caruaru. Utilizando palavras e ensinamentos do filósofo Sêneca, sobre o bem viver e a busca da felicidade, Nélio disse que Mariano “nos ensinou muito a saber viver, vivendo de forma destemida”. Ao mencionar a trajetória acadêmica e profissional do homenageado, ele disse ainda que Mariano “foi um visionário e desbravador”, sem esquecer o trato humano, ao mencionar as dificuldades enfrentadas na época da construção das primeiras etapas do CAA.

Reitor entrega o título de Professor Emérito In Memoriam à esposa do homenageado, Socorro Aragão

Em seguida, o reitor Alfredo Gomes fez a entrega do diploma de Professor Emérito In Memoriam e do ato que denomina o Campus do Agreste Professor Mariano Aragão, inicialmente, à filha do homenageado, Mariana, e, depois, à esposa, Socorro Aragão. O diretor do CAA, Dilson Cavalcanti, afirmou que é grande o desafio de dar continuidade ao legado de Mariano Aragão, enfatizando que hoje o centro, 18 anos depois da sua instalação, comemora a formatura de mais de 5 mil alunos e de mais de mil mestres em seus programas de pós-graduação, ao longo deste período.

EMOÇÃO - O ex-reitor Anísio Brasileiro, muito emocionado, fez questão de lembrar do amigo Mariano e da forma como ele envolveu a sua família no seu trabalho, dando crédito à esposa Socorro por 50% do trabalho por ele desenvolvido, em função do apoio dado pelos familiares. Anísio ressaltou, como características de Mariano, a empatia com todos, a sintonia que mantinha com os amigos, a paixão pela universidade pública e a sensibilidade com coisas simples, que o fazia lidar com plantas, músicas e até piadas. Falou ainda sobre as dificuldades de saúde enfrentadas por Mariano e por um dos filhos com serenidade e coragem.

Já o ex-reitor Amaro Lins, outro amigo do homenageado, que lhe deu a tarefa de dirigir o CAA quando existia apenas o terreno, disse que era muito difícil, para ele, falar de Mariano. Cercado de lembranças, Amaro embargou a voz em alguns momentos, mas destacou a paixão com que Mariano abraçava os desafios. “Ele colocava o coração em tudo que fazia”, disse ele, destacando estar muito feliz em ver que a missão do CAA está sendo cumprida, no sentido em que garante o acesso à universidade pública a pessoas que nunca teriam esta oportunidade. “Ele foi um transformador de sonhos”, afirmou, destacando que todos devem preservar a sua memória pelo importante legado que ele deixou.

Emoção marcou solenidade em homenagem a Mariano Aragão

A filha Mariana Aragão ressaltou o envolvimento da família na atividade profissional do seu pai, “desenvolvido com muito amor e carinho”, de forma peculiar. “Para ele, a Universidade era uma grande família, sempre agregou a todos”. Ela agradeceu a homenagem pela família e comentou a felicidade em ver o sonho do pai se realizando nas formaturas dos alunos, muitos deles ex-agricultores.

O vice-reitor Moacyr Araújo aproveitou para lembrar que Mariano foi seu orientador de Iniciação Científica, ajudando-o também a seguir carreira por áreas como Saneamento, Hidráulica e, em seguida, Oceanografia. Destacou ainda que o exemplo da implantação do CAA servirá para a instalação do Campus do Sertão, em Sertânia, “nesta nova aventura da UFPE”. “Que Mariano sirva como exemplo e inspiração para todos na UFPE, pelo lado humano ímpar e pela dedicação”, disse ele.

Já o reitor Alfredo Gomes destacou o desafio de implantar políticas públicas no país, como as voltadas para a expansão do Ensino Superior. “Os reitores que me antecederam tiveram uma visão de longo prazo e hoje, 18 anos depois, estamos aqui, numa demonstração de força, união e amizade, prestando esta homenagem”, afirmou ele, enfatizando que a UFPE vive a fase da consolidação da interiorização, com 13 cursos de graduação e oito programas de pós-graduação, laboratórios de pesquisa atuantes.

Descerramento da placa na entrada do campus reuniu amigos e familiares

Terminada a sessão solene, os presentes se dirigiram para a entrada do campus, onde foi afixada a placa alusiva à denominação do Campus do Agreste Professor Mariano Aragão, que foi descerrada pelo reitor Alfredo Gomes e pelos familiares do homenageado. Em seguida, o técnico José Urbano fez a declamação de um poema em formato de cordel, em mais uma homenagem ao primeiro diretor do CAA.

Reitor, vice-reitor, ex-reitores e docentes amigos de Mariano Aragão

Também estiveram presentes nas cerimônias o chefe de Gabinete, Fernando Nascimento; a pró-reitora de Planejamento Orçamentário e Finanças, Helen Frade; a ex-vice-reitora Florisbela Câmara; o ex-diretor e o ex-vice-diretor do CAA Manoel Guedes e Gilson Lima, respectivamente; a vice-diretora do CAA, Juliana Angeiras; a vice-diretora do Centro Acadêmico de Vitória, Michelle Galindo de Oliveira (Micha). Um grupo de amigos de Mariano fez questão de comparecer: os docentes Ignez Guimarães, Maria de Lourdes Florêncio dos Santos, Maria do Carmo Martins Sobral, Simone Machado Santos, Adjardo Francisco da Silva Filho e Ascendino Flávio Dias e Silva.

BIOGRAFIA - José Mariano de Sá Aragão graduou-se em Engenharia Civil (1978) pela UFPE, sendo mestre em Hidráulica e Saneamento pela USP/São Carlos (1985) e doutor em Engenharia Civil (2018) pela UFPE. Na Universidade, exerceu, pela ordem, as funções de subchefe e chefe do Departamento de Engenharia Civil (de 1996 a 2003), diretor de Extensão (2003 a 2006), diretor do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), prefeito da Cidade Universitária (2011 a 2012) e assessor do reitor (2012 a 2019). Lecionava desde 1980 na área de Saneamento e Recursos Hídricos em disciplinas das graduações em Engenharia Civil e Engenharia Cartográfica. Atuou na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em saneamento ambiental, em particular na área de resíduos sólidos. Desenvolveu pesquisa sobre compostagem na Universidade de Leeds, Inglaterra, entre 1990 e 1994. Ele foi vice-presidente da Associação de Docentes da UFPE (Adufepe), no biênio 1989-1990, na gestão “Ampliando e avançando”.

Acesse aqui mais fotos das cerimônias, de autoria de Widma Sandrelly, da Ascom-UFPE

Data da última modificação: 05/12/2024, 11:47